Acordo com a boca a saber mal e o estômago às voltas. Quando a visão deixa de estar turvada noto que não estou perto sequer da minha casa. Parto sem saber para onde.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
2ª Proposta - Módulo 3
Como sempre fazia, há mais de 20 anos, o senhor Alberto Silva saiu para a rua para se deslocar para o emprego. Felizmente não encontrou o incómodo porteiro. Este saudava-o sempre. Poderia existir algo mais irritante do que um "Bom dia!"? O Sr. Silva pensava que não, pelo que se achou numa disposição rara.
Foi só quando saia do edifício que reparou numa figura a cirandar. Quando cerrou os olhos para a ver melhor pareceu desaparecer. O Sr. Silva continuava ultrajado com todas as pessoas que tinham ficado em casa. Seria algum feriado ? Não interessava, O Sr. Silva trabalhava todos os dias fossem eles feriados, fins-de-semana ou férias. O Sr. Silva não vivia com ninguém, para ninguém e ninguém vivia para o Sr. Silva. Ele estava sozinho neste mundo e muito assim estaria não fossem as incómodas das pessoas!
Os pombos deviam ser os únicos seres vivos em todo o seu trajecto casa/trabalho que o Sr. Silva apreciava. Esse interesse restringia-se apenas à sua quase monocromática coloração. O Sr. Silva achava que quem usava cores garridas eram os drogados e as prostitutas. Constatou que havia um nevoeiro realmente estranho. Desde que saíra de casa que parecia só existir numa área de 10 metros para além dele.
Pessoas! Coisa que há muito tempo não fazia o Sr. Silva dirigiu-se para elas com o intuito de lhes fazer perguntas acerca daquele estranho nevoeiro. Mas, no momento em que se acercou delas desvaneceram-se tal como o homem que tinha visto de manhã. Agora O Sr. Silva achava que havia algo realmente errado! A sua personalidade racionalista não deixou que este ligeiro acesso de pânico florescesse e assim o Sr. Silva decidiu que um bom dia de trabalho o poria como novo.
Decidiu voltar para casa usando o comboio. Tinha desistido completamente. Ali como em todo o lado apenas os reflexos eram visíveis. Aí o Sr. Silva viu que não possuía reflexo nem sombra! Um ser desterrado deste mundo. Tanto tempo tinha ignorado os outros e evitado conviver com eles que acabou por desaparecer. Primeiro da vista dos outros e gradualmente até não ser mais do que aquele arrepio que nos passa pela nuca.
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
Módulo 3
Existe uma imagem nossa na mente de cada pessoa que connosco se depara. Essa imagem possui as mesmas características que a capa de uma qualquer obra. É uma máscara. Ela não tem a capacidade de representar a essência do ser que a veste, embora seja um espelho perfeito da sua superfície. O que veríamos então se conseguíssemos convencer alguém a remover essa máscara? Sentirmos que aquela pessoa está verdadeiramente à vontade de se expor a nós sem medo de qualquer represália ao seu modo de ser. O ver a verdadeira natureza de alguém!
Nikon D40x, objectiva kit 18-55mm. 1/60, f 4.8, iso 800, F = 35 mm ( equiv. 54 mm ).
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